Conflito "Árabe-israelita": A tentativa de apagamento do povo palestino.
Um aparato dos acontecimentos que vieram resultar no Genocídio do povo Palestino por Israel.
ㅤ
A construção dessa newsletter se ergue de estudo e leituras feitas com responsabilidade (reunindo informações verdadeiras e com embasamento histórico) e respeito pela história do povo palestino, buscando conscientizar e informar sobre a repreensão étnica que se ergue por mais de seis décadas e que, infelizmente, não foi impedida, resultando em um genocídio.
ㅤ
ㅤ
Torna-se necessário entender, primeiramente, a ilegalidade da ocupação militar israelita na Palestina.
O Movimento Político Sionista1 (O sionismo moderno começou em 1896 com um livro escrito pelo Theodor Herzl. Ele começou a falar do direito de os judeus terem um Estado próprio para viver em paz com sua identidade. O local foi a Palestina porque tem uma ligação histórica e bíblica.) promoveu a migração e o estabelecimento da população judaica para a Palestina. Em 1940, buscavam criar uma burguesia local e migrar forçadamente os camponeses palestinos, através da não oferta de trabalho.
Em 1946 - um ano após o fim da segunda guerra mundial, as potências mundiais (especialmente, o Estados Unidos) reataram a discussão sobre a divisão do território palestino entre o Estado Judaico e o Estado Palestino, visando solucionar o crescente antissemitismo na Europa - derivado da construção de pensamento nazista de Hitler. Entretanto, os palestinos não aceitaram o plano sionista, por temerem eventualmente uma dominação colonial, onde a Palestina perderia sua autonomia e passaria a ser uma “colônia”. O “Plano de Partilha” ocorreu em 1947 - se opondo a luta do povo árabe - tendo dividido o território árabe em 56% para os judeus e 43% para o povo palestino (cabe um adendo de que a população de judeus não correspondia a 1/3 da população palestina).
Em 1948 surge o “Plano D”, que promovia ações para antecipar a resistência das forças árabes, essas ações eram a destruição de vilarejos, vias e cidades, como a cidade de Haifa e a “purificação da Galileia Oriental”. Juntamente a milicias que acreditavam na necessidade de uma limpeza étnica, como a Haganá, Stern e Irgun que mataram cerca de 15 mil pessoas e expulsaram mais de 750 mil árabes de suas terras. Gerando, por conseguinte, uma guerra entre países árabes e a Palestina contra os Judeus. Resultando na “Resolução de 194”, que fez o incentivo de assentamentos de população judaica vinda de qualquer lugar do mundo, enquanto os refugiados palestinos eram impedidos de retornarem a suas terras, esse acontecimento se chama Nakba (Catástrofe) e marca o desamparo e a injustiça social sofrida pelo povo árabe.
Foi então que Israel estabeleceu uma ocupação militar sobre os territórios palestinos da Cisjordânia, antes sob administração jordaniana, a Faixa de Gaza, sob administração egípcia, e Jerusalém, sob estatuto especial, além de territórios da Síria, do Líbano e do Egito. Demonstrando a sua intenção expansionista, Israel passou logo a promover o assentamento em território ocupado, apesar das reiteradas advertências da ONU.
Em 1993, surge o “Oslo I”2 ou Declaração de Princípios, foi o primeiro acordo presencial entre o governo de Israel e a OLP, assinado em Washington, D.C. Estabeleceu uma estrutura para a resolução do conflito e, em especial, a criação de uma Autoridade Palestina temporária e a divisão do território da Cisjordânia em áreas A, B e C. Na verdade, após esse primeiro acordo, surgiu a “Oslo II”, estabelece que a AP funcionaria como o Executivo de um Conselho palestino a ser composto através de eleições, com poderes executivos e legislativos, ainda dentro de limites operacionais e geográficos e em coordenação com Israel em assuntos administrativos, econômicos e securitários. O território palestino ficou repartido em três áreas:
Controle da AP (18%);
Em dominação administrativo da AP e de controle securitário partilhado com Israel (22%);
Em controle israelense (60% do território).
Dessa maneira, incia-se o “período interino” que durou cinco anos até que um estatuto final fosse formulado em maio de 1996.
Nesse período, Israel buscou impossibilitar de todas as maneiras para que a Palestina ganhasse quaisquer tipo de reconhecimento internacional, o que vinham fazendo desde as décadas de 1960 e 1970.
“O que faríamos sem uma cultura?”
Mary Midgley, filósofa britânica.
ㅤ
A cultura é a forma mais profunda de entender os comportamentos de um povo - seus hábitos alimentares, sua vestimenta, sua religião. A limitação do povo palestino por Israel beira ao entendimento de que cada país exerce sua soberania sem desrespeitar a de outros países. A ilegalidade de Israel em terras palestinas comprova a real face do pensamento sionista que visa, principalmente, não apenas tomar o território árabe, como também um limpeza étnica.
O processo de colonização europeia consiste em semear a destruição identitária do grupo dominado. Apagar seus costumes, sua religião, sua língua. Fragmentar sua cultura a fim de obriga-los a cederem facilmente ao domínio da metrópole. Percebe-se que o ocorrido em terras palestinas muito se assemelha a tentativa de domínio europeu.
É a continuação do Nakba, televisionado em meio a era da globalização. Onde todos somos culpados pelas mortes e pelos silenciamentos das vítimas. Sobre isso o sociólogo francês Pierre de Bourdieu estabeleceu a teoria da “Violência Simbólica” - sendo aquela violência que se manifesta não fisicamente, mas através do silenciamento estatal, social, mantendo a problemática viva no organismo social, sendo combatida negligentemente ou, em grande maioria, não sendo combatida nem viabilizada.
É notável que a problemática que cerca a tensão do Oriente Médio é reflexo da negligência internacional. A não tomada de medidas suficientes que busquem sanar problemas quanto a países que quebram a soberania nacional de um país. Benjamin Netanyahu entende isso, por isso atacou o Irã, por isso cometeu o genocídio em Gaza.
Obrigada por ler “Manifesto em Transe”!
Leia também:
O paralelo entre "Retrato de Uma Jovem em Chamas" e o Mito de Orfeu e Eurídice.
ㅤㅤ Orfeu, na mitologia grega, era um poeta e músico de talento extraordinário, cujo canto encantava homens, animais e até mesmo os deuses. Ele se apaixona por Eurídice, uma ninfa, e os dois se casam. No entanto, pouco tempo após o casamento, Eurídice morre picada por uma serpente
É uma ideologia e movimento político que visa a criação e manutenção de um Estado judeu, atualmente Israel, e a defesa dos interesses e direitos do povo judeu.
Os Acordos de Oslo são um conjunto de acordos entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que estabeleceram um processo de paz para o conflito israelense-palestino, com vista a uma solução de dois estados